Um dos desafios que temos, não só agora, é entendermos a paternidade, que chama a atenção para autoridade, para o estabelecimento de limites, para a transmissão de afeto, de ensino sobre um caminho a seguir. Como muitas pessoas não têm uma figura paterna, seja presencial ou emocional, torna-se um pouco estranho entender a Deus como Pai.
Ao lermos o Salmo 23:1: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”, percebemos a figura que o salmista Davi transmite, no sentido de ser meu, pessoal, individual, alguém que está ao meu alcance, por posse pessoal. Em contraponto, Jesus diz, na oração que ensinou aos seus discípulos, “Portanto vós orareis assim: Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o teu nome.” (Mateus 6:9), na qual notamos o uso da palavra “nosso”. Alguém que não é meu, e sim de todos que desfrutam de sua paternidade. Isso é importante no sentido de entender alguns ensinos.
Primeiro: que esse nosso Deus Pai não pode ser, em nossa mente, comparado com a figura paterna humana, pois muitos não têm um bom relacionamento, outros nem mesmo têm um pai, outros nem mesmo podem tê-lo conhecido. Surge aí, a dificuldade de submissão para muitos cristãos. Assim, devemos ter no Espírito Santo a nossa força para mudar esse pensamento e entender que o Deus Pai é amoroso, misericordioso, cuidadoso, presente em todo o tempo em nossa vida.
Segundo: ao proferirmos “nosso”, integramo-nos a uma família de fé, que transcende todas as barreiras humanas, levando-nos a compartilhar, a sentir; a entender esse amor insondável e inefável.
Terceiro: sentimos a proteção paternal de alguém que mostra um caminho a seguir, muitas vezes difícil, atribulado, mas com confiança em estar presente todos os dias, ao nosso lado, até a consumação dos séculos.
Nossa mente renovada pelo poder do Espírito Santo tira os olhos do pai terreno e limitado, e coloca no Pai, Onipotente, Onisciente, Onipresente, que nos direciona à eternidade. Estarmos aqui de passagem, peregrinos, e como disse Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vô-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.” (João 14:2).
Portanto, temos um lugar, uma direção, um caminho a seguir, onde seremos acolhidos para todo o sempre. Então, afirmamos: temos um Pai. Ele cuida, protege e está sempre ao nosso lado. Repetimos: podemos dizer que temos um Pai. Ele é o Pai nosso, cujo nome é santificado!
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