Talvez você, como eu, não tenha se dado conta de que estamos entrando no oitavo ano do Século XXI.
Passamos a pós-modernidade e, para muitos estudiosos, estamos na fase da contemporaneidade.
Mundo contemporâneo com desafios tremendos e antagônicos. Uma tecnologia avançada e apurada, uma rapidez no campo da comunicação e descobertas surpreendentes na medicina.
Em contraposição, conflitos sociais, raciais, religiosos geram guerras e uma violência de estilo medieval em muitos lugares; as cidades têm se tornado palco de cenas dantescas de barbárie; o campo passa por um êxodo que leva ao temor da fome por falta de alimento; a água é motivo de discussão para a preservação do planeta; a indústria dá lugar a área de serviços, mudando radicalmente o mercado de trabalho.
Algumas profissões estão desaparecendo ou mudando de nome; outros tantos novos ocupam este lugar. A palavra chave hoje é sucesso, logística, empreendimento, nos fazendo lembrar um filme antigo de Charles Chaplin, onde o homem deixa de ser humano para ser transformado numa máquina de produção.
Neste contexto, está a igreja, dinâmica e inovadora, mas com raízes milenares, o que causa uma tensão entre a teoria e a prática. Temos a Bíblia como Livro de Fé, porém encontramos no cotidiano, muitos objetos ou acessórios chamados de pontos de contato para estimular ou despertar esta fé.
Cremos que Deus é Soberano, Onisciente, Onipresente, Onipotente, Criador de todas as coisas e o homem, um ser submisso à Sua Vontade; no entanto, há uma busca por mudar a direção divina, uma inversão de valores, como que a decretar e dar ordens para que o Eterno seja submisso ao que achamos ser conveniente, tanto à igreja, como aos homens.
Há cem anos esse mesmo questionamento estava presente, na mudança de uma sociedade rural, para uma sociedade industrial. Surgem, então, vários movimentos religiosos na Europa e particularmente nos Estados Unidos, chamado de Novo Mundo. Entre eles surge a Igreja do Nazareno, união de movimentos de santidade; alguns fundados no fim do Século XIX, para levar a mensagem de santidade por meio de missões, educação, compaixão, evangelização, consagração. No dizer do Dr. Phineas Bresee: “Nas coisas essenciais, unidade; nas secundárias, tolerância, mas em todas as coisas, o amor”.
Estamos completando cinqüenta anos no Brasil e há pelo menos quarenta e três anos que sou nazareno. Vivi todos esses anos envolvido e respirando esta família da fé. Ao pensar nesta nova etapa de mudanças contemporâneas, devemos manter o espírito empreendedor apaixonado de nossos pioneiros, e abrir espaço para as oportunidades de uma geração melhor preparada intelectual e tecnologicamente. Creio que este foi o espírito que norteou aquela reunião de união há cem anos, o espírito que trouxe, em um navio, os primeiros missionários nazarenos para este país. O espírito que tomou os discípulos, quando no dia de Pentecostes ouviram “…mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Atos 1.8
Feliz Ano Novo e que nossos sonhos sejam os sonhos de Deus! Que a nossa vida esteja sempre no centro de Sua Vontade!
Reverendo Anips Spina
Pastor Titular da
Igreja do Nazareno de Valinhos
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